quarta-feira, 21 de julho de 2010

Voltar ao passado!?




Pagando pela descarada traição aos seus próprios eleitores o PS perdeu a maioria absoluta nas últimas eleições. Se continuar pelo mesmo caminho – e não se vê como poderá alterá-lo, com este Secretário Geral e este Governo – no próximo acto eleitoral a sangria de votos continuará, o que o fará perder o poder.

Entra em cena o recém-empossado Pedro Passos Coelho, presidente do outro partido “numeroso” do panorama político nacional. Mesmo atendendo a que uma boa parte do trabalho sujo já foi feito pelo executivo de Sócrates, não serão tempos fáceis, aqueles que se aproximam. Desengane-se quem pensa em Passos Coelho como sendo um rapaz simpático com voz de locutor (piroso) de rádio de local. Não! Por detrás daquele ar de manequim de montra da Rua dos Fanqueiros, daquela expressão vazia em que apenas se destaca o tique afectado e irritante das “boquinhas”, enquanto fala, está um oportunista ambicioso que planeia este momento já desde os bancos da escola e da JSD.

Passos Coelho, na sua ânsia de agradar à velha escola mais conservadora do seu partido, quer mostrar-se tão amante de Sá Carneiro, que pretende fazer regressar o país exactamente aos tempos da juventude de Sá Carneiro, ao Estado Novo, eufemismo normalmente utilizado para nomear o fascismo português.

Nesta questão da revisão da Constituição da República Portuguesa, até o facto de a apresentar completamente fora de tempo, mostra, no entanto, que para já está apenas à pesca de reacções. Está a medir o pulso ao sentir da “rua” e dos partidos da esquerda, incluindo o que resta de esquerda no Partido Socialista. Aí temos, para o provar, esta revoada de “propostas”, chocantes até para alguns dos membros do seu partido. Cenouras, para um patronato inculto e sem vergonha, que não vê outra saída para a (sua) crise, senão a exploração desenfreada dos seus “colaboradores”. Puras provocações, para quase todo o resto da sociedade. Em termos globais, um retrocesso civilizacional cozinhado por um grupo liderado, ironicamente, por um monárquico, o calhordas Paulo Teixeira Pinto, corrido do BCP por incompetência... (embora com os bolsos recheados de milhões) e que foi o melhor que Coelho imaginou como cérebro para estudar a revisão da Constituição da República.

Sobre cada uma das “propostas” do PPD-PSD, como, por exemplo, a fúria privatizadora – que pelos vistos o PS não conseguiu satisfazer na totalidade – em sectores como o ensino, a saúde, ou o que resta do sector público da economia, vamos ouvir falar muita gente nos próximos dias. Interessará estar atento e ouvir... de preferência quem sabe o que diz e diz a verdade. Quem tenha dado provas de não querer enganar e trair os portugueses.

Por mim, estou convencido de que o caminho ascendente que Passos Coelho e o PSD vinham fazendo, foi interrompido, ou pelo menos, desacelerado, por este ruidoso tiro no pé. Passos Coelho mostrou que, mesmo sendo inegavelmente ambicioso, é também algo estúpido. O facto de andar já a multiplicar-se em "explicações" e "ponderações", talvez mostre que até ele já o percebeu.

Quem, sem ser por estupidez, acha que atrai eleitorado, obrigando uma grande fatia da população a passar pela humilhação de ter que fazer prova de pobreza nos Centros de Saúde, para que lhe seja concedido o direito a um tratamento... isto quando uma grande parte desses “novos pobres” ainda nem é sequer capaz de assumir a sua situação?

Quem, sem ser por enorme estupidez, acha que o momento em que existe em Portugal um número de desempregados que já ultrapassa em muito os 600.000... e que não pára de crescer, é a oportunidade ideal para “legalizar” os despedimentos individuais por dá cá aquela palha?

Resumindo, se Passos Coelho está "à pesca", a medir o pulso à capacidade de resposta dos trabalhadores e do povo em geral, espero que tenha prontamente essa resposta: clara, sonora, em cheio no meio da cara!
Democraticamente cedido pelo Cantigueiro

domingo, 4 de julho de 2010

Boletim Informativo

Escadas do Duque - Casal da Serra


Travessa dos Escabelados


Travessa dos Escabelados



Sanitários (Homens) Jardim Público




Parque Infantil -Jardim Público





Parque Infantil - Jardim Público
EDITORIAL
Aí temos o governo, seguindo orientações de Bruxelas e da Alemanha, a pedir mais sacrifícios ao povo, aos mesmos de sempre. Depois de terem engordado os bancos e o sistema financeiro com biliões de Euros, para salvar o sistema capitalista numa das suas crises mais profundas, vêm pedir aos mais necessitados que paguem a factura.
É imoral e razão do protesto o aumento do IVA, do IRS, a redução dos apoios aos desempregados, aos reformados, o pagamento de portagens, o encerramento de escolas e o aumento dos custos com a saúde.
Mais imoral e escandaloso quando o governo se recusa a adoptar medidas (propostas pelo PCP) de imposição à banca de uma taxa efectiva de IRC de pelos 25% sobre os seus lucros e de aplicação de imposto sobre transacções na bolsa, incluindo as mais – valias bolsistas.
O governo mostra assim de que lado está. Amigo do grande capital financeiro especulativo e bolsista mas de costas viradas aos trabalhadores, aos reformados, aos desempregados (mais de 600 mil, 11% da população) e aos jovens à procura de emprego (mais de 100 mil, 26% da juventude), à população em geral.
Em democracia, a intervenção cívica com propostas ou com protestos é um dever de todo e qualquer cidadão que pretende uma vida melhor para o ser humano.
Participar na luta organizada pelas estruturas unitárias (sindicatos), nas iniciativas do PCP e no seu reforço é o caminho e a escolha certa da vida. Adere ao PCP.
ACESSO AO CASAL DA SERRA
Os maus acessos ao Bairro do Casal da Serra é um problema desde há muito sentido e que tem sido, por nós, denunciado nos nossos Boletins Informativos e nas reuniões da Assembleia de Freguesia.
O piso degradado começa ao fundo da Avenida Montes Hermínios onde, a horas de ponta é quase impossível transitar (que o digam os pais das crianças que têm de ir pôr e buscar seus filhos ao Infantário “Capuchinho Vermelho” e à Escola do Primeiro Ciclo, ali existentes)
Mais acima, junto aos depósitos da água, encontramos um piso sinuoso, propício a provocar acidentes porque há falta de visibilidade, para quem circula de automóvel. Para os peões as bermas estão há muito tempo a carecer de uma requalificação (passeios e valetas) e encaminhamento das águas pluviais.
Em visitas, recentemente efectuadas pelos eleitos e candidatos do PCP verificámos acumulação de lixo, o que revela não haver uma recolha eficaz e ausência de limpeza dos arruamentos e escadarias que se encontram cheias de ervas daninhas.
Não aceitamos esta situação nem o argumento da crise. Porque se a Junta de Freguesia diz que não tem dinheiro para obras de requalificação não se entende porque razão tem um eleito (o secretário) a meio tempo a ganhar cerca de 600 €/mês (situação única no Concelho).
JARDIM PÚBLICO
O Jardim público da nossa freguesia foi, num passado próximo, a sala de visitas do Tortosendo. No Verão, fazia parte do roteiro dos Tortosendenses que, ao fim da tarde ali procuravam e encontravam um pouco de frescura e a possibilidade de encontrar um amigo para uma “cavaqueira” e assim se proporcionavam alguns momentos de convívio. Havia, também, um Parque Infantil onde os filhos, ou os netos, podiam dar largas às suas brincadeiras, havia também sanitários mais ou menos decentes para os frequentadores fazerem as suas necessidades fisiológicas.
Hoje o Jardim Público, tem um aspecto de abandono, não é atractivo e não tem o essencial para atrair os Tortosendenses que desejavam frequentar aquele espaço.
Para além da criação de uma melhor acessibilidade às pessoas com deficiência nada mais foi feito, o que lamentamos, pois este espaço já foi orgulho de todos nós.
Na reunião ordinária da Assembleia de Freguesia de 30 do mês passado chamamos a atenção para a realidade existente, nomeadamente para o estado calamitoso e vergonhoso do Parque Infantil e dos Sanitários.
Da maioria PSD na autarquia (Assembleia e Junta de Freguesia) silêncio absoluto.


PARQUE DE S. MIGUEL
Este espaço foi criado para a feira que tem lugar em Setembro, mercados e outros eventos. Infelizmente, passado um ano da sua inauguração, só serviu para as Sopas e Feira de Setembro de 2009.
Na ausência de iniciativas próprias da Junta de Freguesia instalou-se uma esplanada no palco do anfiteatro. Reconhecemos a imaginação e a criatividade do executivo da freguesia e a solução inédita para a utilização daquele espaço. Assim, quem visita o parque pode sentar-se no anfiteatro assistindo a um quadro vivo da vida Tortosendense e à actividade que muitos de nós gostamos (conversar com os amigos bebendo uma água ou um bom tinto beirão).
O parque está criado e deve ser melhorado. Mais árvores, mais espaço verde, mais equipamentos de diversão para crianças, mais iluminação, mais equipamentos de depósito de lixo e mais manutenção e vigilância.
Para que o investimento feito tenha alguma utilidade é necessário a organização de um programa anual de actividades culturais e lúdicas para que a população possa de facto utilizar e usufruir daquele espaço.
Para utilização única e só pela feira é redutor e não justifica os valores que se encontram investidos na indemnização a pagar pela expropriação ao proprietário (centenas de milhares de euros) e na obra executada.
OS ELEITOS DO PCP NA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA
A nossa Assembleia tem uma maioria PSD que convive muito mal com as propostas e as críticas da oposição e que esconde a possibilidade da população intervir nas sessões ordinárias, no período dedicado à sua intervenção.
Os eleitos do PCP demonstraram que as contas de gerência de 2009, apreciadas em Abril, continham erros grosseiros. Com alterações orçamentais sem qualquer indicação de aprovação pela Junta e com somas e deduções em diversas rúbricas demonstrativas da incompetência e da ausência de análise dos membros do Executivo.
Em vez da aceitação da crítica e das propostas apresentadas (abrigos de passageiros, passadeiras, requalificação de Jardim Público e de parques infantis, limpeza de arruamentos, entre outras) para a melhoria das condições de vida da população responde-se com a arrogância e a mera provocação.
Em vez de se estimular a participação da população nas sessões ordinárias, nomeadamente com a inclusão na ordem de trabalhos de um período dedicado ao público, obrigatório de acordo com o nº6 do artigo 84º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro com as alterações introduzidas pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, esconde-se esse facto e não querem que no edital público das convocatórias conste o ponto de intervenção do público.
Só se entende este comportamento de quem tem medo de ouvir as populações e ser confrontado com os problemas existentes ou com as falsas promessas.