A nova direcção da Confederação da Indústria Portuguesa tomou posse dia 2 de Maio, com Francisco Van Zeller à cabeça de um grupo de 34 homens e 1 mulher que compõem a elite representativa do patronato.
De Luís Filipe Pereira a Mira Amaral, ali estão os representantes do sector têxtil e vestuário, da construção civil da metalurgia, da energia, das empresas de trabalho temporário e, afirmam querer alargar mais a "sua" confederação e "ser mais fortes".
É ali que estão os representantes do capital, os responsáveis do atraso do país, os executores da claque dirigente que manda nas políticas.
Foi esta gente que conduziu o país à submissão ao Pacto de Estabilidade e que, em nome dele, aponta remédios para aumentar a doença. É esta gente que só conhece uma cassete, a neoliberal.
É este presidente da CIP que elogia Sócrates mais que ao seu governo, pela sua teimosia e obstinação em aplicar as politicas que até a direita mais conservadora não ousou por em marcha.
É este presidente da CIP que considera que o Estado Social é um peso nas contas públicas, que tem trabalhadores de mais com direitos a mais, serviços de saúde a mais, segurança social a mais, escolas e infantários a mais. Enfim... tudo privilégios que deverão acabar.
É por isso que estes senhores advogam que se ocorre um despedimento é porque o trabalhador é incompetente, se despedem mil é porque não são competitivos. Por isso, eles despedem às centenas e milhares apesar do financiamento que o Estado lhes dá.
Ou seja, são os mesmos que se governam do Estado mas que consideram esse mesmo Estado ineficaz e incompetente.
Até o Código do Trabalho que fizeram pela mão do PSD e CDS já é restritivo com o governo do PS, por isso, querem mudá-lo para pior que Bagão Félix.
Van Zeller, a seguir à tomada de posse, apressou-se a, publicamente, vir dar o "mote" da chantagem. Diz ele: "Ou nos dão mais flexibilidade, ou terão mais precariedade". Esta ideia tem subjacente o condicionar do elo mais fraco das relações de trabalho, colocar as pessoas em estado de necessidade.
Sócrates entusiasma-se com este discurso e segue, segue cortando a direito o já débil Estado Social encerrando serviços públicos, despedindo os seus funcionários e preparando novas "velhas" leis do trabalho. O que se vislumbra é que lá para o final do ano teremos pior que Bagão: o "Código Vieira da Silva" com o "mote" de Van Zeller e o "determinismo" de Sócrates.
Que fazer então para responder, parafraseando Salgueiro Maia, "Ao estado a que isto chegou"?
O caminho é o protesto, o protesto nacional, o protesto geral, independentemente de considerações de melhores ou piores condições conjunturais, a GREVE GERAL foi convocada e devemos apoiá-la.
Juntando todas as vontades, promovendo e dando confiança a todos e a todas quantos estão descontentes, unindo em torno de objectivos comuns, o maior número de pessoas e movimentos, sejam eles/as votantes ou apoiantes de que corrente política forem, o desafio é a maior participação colectiva contra as medidas do governo, nomeadamente o desemprego, a precariedade, o ataque ao Estado Social, e a flexi-precariedade.
É nesta convergência descomplexada sem tutelas ou carimbos mas, em torno dos conteúdos concretos, que nos temos que dirigir a todas e a todos.
É nesta convergência ampla e participada, em pé de igualdade, com respeito pelas suas agendas próprias mas, onde todas e todos tenham o mesmo valor e não se meçam pelo título, cargo ou dimensão. É nesta confluência de esforços, quando o momento exige que a unidade é precisa para que a GREVE GERAL tenha êxito e seja um momento alto na luta.
É nesta perspectiva que faremos o trabalho de participação activa, de mobilização intensa, com vigor, com garra, com máxima determinação.
Mas a luta anti-capitalista não se esgotará em 30 de Maio com esta Greve Geral. O período que se avizinha, em que a presidência portuguesa vai colocar no centro de debate e de decisão a flexi-precariedade, exige respostas. No dia 30, teremos que dar um forte aviso ao patronato e ao governo condicionando-o para investidas futuras.
"Um sopro de democracia e de liberdade nas empresas nos serviços públicos e, na vida do País", como afirmou Carvalho da Silva no 1º de Maio.
Porque só agindo antes que nos tirem tudo é possível começar a inverter "o estado a que isto chegou".
MARIANA AIVECA
De Luís Filipe Pereira a Mira Amaral, ali estão os representantes do sector têxtil e vestuário, da construção civil da metalurgia, da energia, das empresas de trabalho temporário e, afirmam querer alargar mais a "sua" confederação e "ser mais fortes".
É ali que estão os representantes do capital, os responsáveis do atraso do país, os executores da claque dirigente que manda nas políticas.
Foi esta gente que conduziu o país à submissão ao Pacto de Estabilidade e que, em nome dele, aponta remédios para aumentar a doença. É esta gente que só conhece uma cassete, a neoliberal.
É este presidente da CIP que elogia Sócrates mais que ao seu governo, pela sua teimosia e obstinação em aplicar as politicas que até a direita mais conservadora não ousou por em marcha.
É este presidente da CIP que considera que o Estado Social é um peso nas contas públicas, que tem trabalhadores de mais com direitos a mais, serviços de saúde a mais, segurança social a mais, escolas e infantários a mais. Enfim... tudo privilégios que deverão acabar.
É por isso que estes senhores advogam que se ocorre um despedimento é porque o trabalhador é incompetente, se despedem mil é porque não são competitivos. Por isso, eles despedem às centenas e milhares apesar do financiamento que o Estado lhes dá.
Ou seja, são os mesmos que se governam do Estado mas que consideram esse mesmo Estado ineficaz e incompetente.
Até o Código do Trabalho que fizeram pela mão do PSD e CDS já é restritivo com o governo do PS, por isso, querem mudá-lo para pior que Bagão Félix.
Van Zeller, a seguir à tomada de posse, apressou-se a, publicamente, vir dar o "mote" da chantagem. Diz ele: "Ou nos dão mais flexibilidade, ou terão mais precariedade". Esta ideia tem subjacente o condicionar do elo mais fraco das relações de trabalho, colocar as pessoas em estado de necessidade.
Sócrates entusiasma-se com este discurso e segue, segue cortando a direito o já débil Estado Social encerrando serviços públicos, despedindo os seus funcionários e preparando novas "velhas" leis do trabalho. O que se vislumbra é que lá para o final do ano teremos pior que Bagão: o "Código Vieira da Silva" com o "mote" de Van Zeller e o "determinismo" de Sócrates.
Que fazer então para responder, parafraseando Salgueiro Maia, "Ao estado a que isto chegou"?
O caminho é o protesto, o protesto nacional, o protesto geral, independentemente de considerações de melhores ou piores condições conjunturais, a GREVE GERAL foi convocada e devemos apoiá-la.
Juntando todas as vontades, promovendo e dando confiança a todos e a todas quantos estão descontentes, unindo em torno de objectivos comuns, o maior número de pessoas e movimentos, sejam eles/as votantes ou apoiantes de que corrente política forem, o desafio é a maior participação colectiva contra as medidas do governo, nomeadamente o desemprego, a precariedade, o ataque ao Estado Social, e a flexi-precariedade.
É nesta convergência descomplexada sem tutelas ou carimbos mas, em torno dos conteúdos concretos, que nos temos que dirigir a todas e a todos.
É nesta convergência ampla e participada, em pé de igualdade, com respeito pelas suas agendas próprias mas, onde todas e todos tenham o mesmo valor e não se meçam pelo título, cargo ou dimensão. É nesta confluência de esforços, quando o momento exige que a unidade é precisa para que a GREVE GERAL tenha êxito e seja um momento alto na luta.
É nesta perspectiva que faremos o trabalho de participação activa, de mobilização intensa, com vigor, com garra, com máxima determinação.
Mas a luta anti-capitalista não se esgotará em 30 de Maio com esta Greve Geral. O período que se avizinha, em que a presidência portuguesa vai colocar no centro de debate e de decisão a flexi-precariedade, exige respostas. No dia 30, teremos que dar um forte aviso ao patronato e ao governo condicionando-o para investidas futuras.
"Um sopro de democracia e de liberdade nas empresas nos serviços públicos e, na vida do País", como afirmou Carvalho da Silva no 1º de Maio.
Porque só agindo antes que nos tirem tudo é possível começar a inverter "o estado a que isto chegou".
MARIANA AIVECA
Sem comentários:
Enviar um comentário