CARACTERIZAÇÃO
Área, demografia e recursos
Os 11 concelhos que constituem a região da Serra da Estrela, de acordo com os censos 2001, abrange uma área de 3,5 milhares de km 2, 236 freguesias com 222017 residentes.
A densidade populacional da região (62,4 hab/Km 2) é inferior à verificada na região Centro (83,6 hab/Km2).
A riqueza da região em termos de natureza, ambiente e património geomorfológico levou à constituição do Parque Natural da Serra da Estrela, como garante da preservação dos valores naturais e da conservação da natureza, que reclama a adopção de regras claras e urgentes com medidas que envolvam as populações, as instituições e a comunidade escolar em particular.
Os recursos hídricos, tal como os florestais, são abundantes, isto apesar da área total ocupada actualmente por floresta ser muito inferior à correspondente aptidão florestal, situação agravada pela devastação provocada pelo elevado número de incêndios florestais das últimas três décadas.
A Serra da Estrela constitui a maior nascente de recursos hídricos do País. Com efeito, têm origem nesta região os dois principais rios nacionais (Zêzere e Mondego) que definem duas importantes bacias hidrográficas estruturantes do território, limitadas a Norte pelo rio Douro e a Sul pelo rio Tejo. Além dos recursos hídricos à superfície, a abundância de águas subterrâneas tem permitido a instalação de unidades de engarrafamento de água de mesa.
O concelho com maior representatividade em termos populacionais é o da Covilhã (24,6% da população), seguido da Guarda com 19,7% e Seia com 12,7%. Os concelhos de Manteigas e Fornos de Algodres representam, respectivamente, 1,8 e 2,4% do total da população residente. Face ao Censos de 1981 verificou-se uma diminuição da população residente até 1991, situação que se inverteu no período 1991-2001, com um ligeiro acréscimo populacional (0,2%). Refira-se ainda que neste período, apenas os concelhos da Guarda, Belmonte e Covilhã tiveram um crescimento da população residente. Celorico da Beira teve um saldo nulo e todos os outros concelhos um saldo negativo.
A evolução da população na óptica do crescimento natural e migratório e comparando-a com a população residente, mostra que apenas tês concelhos (Guarda, Covilhã e Belmonte) “ganham” população pelo que, em termos gerais, a região Serra da Estrela não revela capacidade para atrair população (aumento líquido apenas de 462 indivíduos na última década). O saldo migratório é igualmente desfavorável, exceptuando os concelhos de Seia, Belmonte e Fundão cujo saldo migratório é positivo.
O forte envelhecimento da população que se tem vindo a agravar desde 1991 é outro dos aspectos mais relevantes da evolução demográfica da Serra da Estrela. Em 2001, verifica-se que o número de idosos, em termos absolutos e relativos, ultrapassa o número de jovens o que evidencia um duplo envelhecimento da população. Face ao Censo de 1991, a diminuição da população jovem foi compensada pelo aumento da população idosa exceptuando os concelhos de Celorico, Guarda e Covilhã que viram aumentar a população da faixa etária dos 15-64 anos.
A existência de recursos humanos qualificados é um importante elemento de diferenciação das regiões e de atracção para as actividades económicas, especialmente as que necessitam de processos produtivos mais sofisticados. A Serra da Estrela dispõe das várias instituições de Ensino Superior Público e atraem inúmeros jovens de outras regiões do país, mas o processo de Bolonha e o novo modelo de governação e de financiamento colocam em risco as instituições de ensino superior da região.
A rede de ensino secundário e técnico - profissional é ainda relativamente densa, prevendo-se entretanto que, a prosseguirem as actuais políticas, venha a ser posta em causa num futuro próximo.
Mas a situação mais preocupante prende-se com o ensino básico, dado o número elevado de escolas do 1º ciclo que encerraram neste ano lectivo e se prevê encerrarem no próximo ano. O forte desinvestimento na escola pública não é compatível com o desenvolvimento social e territorialmente equilibrado, pelo que é necessário combater esta política neo-liberal, reafirmando que é possível um novo rumo e não a submissão aos interesses dos grandes grupos económicos, que vêem na educação e formação um negócio altamente rentável. A privatização do ensino, tornando-o elitista, retira do sistema educativo uma parte significativa da população, dados os seus baixos rendimentos.
Também o desenvolvimento nas actividades culturais, que se tem vindo a verificar ao longo dos anos, conduz ao acréscimo de dificuldades dos agentes culturais o que, associado às dificuldades do sistema de ensino, se traduz na perda de identidade serrana, num retrocesso civilizacional e em relação aos ideais de ABRIL.
Área, demografia e recursos
Os 11 concelhos que constituem a região da Serra da Estrela, de acordo com os censos 2001, abrange uma área de 3,5 milhares de km 2, 236 freguesias com 222017 residentes.
A densidade populacional da região (62,4 hab/Km 2) é inferior à verificada na região Centro (83,6 hab/Km2).
A riqueza da região em termos de natureza, ambiente e património geomorfológico levou à constituição do Parque Natural da Serra da Estrela, como garante da preservação dos valores naturais e da conservação da natureza, que reclama a adopção de regras claras e urgentes com medidas que envolvam as populações, as instituições e a comunidade escolar em particular.
Os recursos hídricos, tal como os florestais, são abundantes, isto apesar da área total ocupada actualmente por floresta ser muito inferior à correspondente aptidão florestal, situação agravada pela devastação provocada pelo elevado número de incêndios florestais das últimas três décadas.
A Serra da Estrela constitui a maior nascente de recursos hídricos do País. Com efeito, têm origem nesta região os dois principais rios nacionais (Zêzere e Mondego) que definem duas importantes bacias hidrográficas estruturantes do território, limitadas a Norte pelo rio Douro e a Sul pelo rio Tejo. Além dos recursos hídricos à superfície, a abundância de águas subterrâneas tem permitido a instalação de unidades de engarrafamento de água de mesa.
O concelho com maior representatividade em termos populacionais é o da Covilhã (24,6% da população), seguido da Guarda com 19,7% e Seia com 12,7%. Os concelhos de Manteigas e Fornos de Algodres representam, respectivamente, 1,8 e 2,4% do total da população residente. Face ao Censos de 1981 verificou-se uma diminuição da população residente até 1991, situação que se inverteu no período 1991-2001, com um ligeiro acréscimo populacional (0,2%). Refira-se ainda que neste período, apenas os concelhos da Guarda, Belmonte e Covilhã tiveram um crescimento da população residente. Celorico da Beira teve um saldo nulo e todos os outros concelhos um saldo negativo.
A evolução da população na óptica do crescimento natural e migratório e comparando-a com a população residente, mostra que apenas tês concelhos (Guarda, Covilhã e Belmonte) “ganham” população pelo que, em termos gerais, a região Serra da Estrela não revela capacidade para atrair população (aumento líquido apenas de 462 indivíduos na última década). O saldo migratório é igualmente desfavorável, exceptuando os concelhos de Seia, Belmonte e Fundão cujo saldo migratório é positivo.
O forte envelhecimento da população que se tem vindo a agravar desde 1991 é outro dos aspectos mais relevantes da evolução demográfica da Serra da Estrela. Em 2001, verifica-se que o número de idosos, em termos absolutos e relativos, ultrapassa o número de jovens o que evidencia um duplo envelhecimento da população. Face ao Censo de 1991, a diminuição da população jovem foi compensada pelo aumento da população idosa exceptuando os concelhos de Celorico, Guarda e Covilhã que viram aumentar a população da faixa etária dos 15-64 anos.
A existência de recursos humanos qualificados é um importante elemento de diferenciação das regiões e de atracção para as actividades económicas, especialmente as que necessitam de processos produtivos mais sofisticados. A Serra da Estrela dispõe das várias instituições de Ensino Superior Público e atraem inúmeros jovens de outras regiões do país, mas o processo de Bolonha e o novo modelo de governação e de financiamento colocam em risco as instituições de ensino superior da região.
A rede de ensino secundário e técnico - profissional é ainda relativamente densa, prevendo-se entretanto que, a prosseguirem as actuais políticas, venha a ser posta em causa num futuro próximo.
Mas a situação mais preocupante prende-se com o ensino básico, dado o número elevado de escolas do 1º ciclo que encerraram neste ano lectivo e se prevê encerrarem no próximo ano. O forte desinvestimento na escola pública não é compatível com o desenvolvimento social e territorialmente equilibrado, pelo que é necessário combater esta política neo-liberal, reafirmando que é possível um novo rumo e não a submissão aos interesses dos grandes grupos económicos, que vêem na educação e formação um negócio altamente rentável. A privatização do ensino, tornando-o elitista, retira do sistema educativo uma parte significativa da população, dados os seus baixos rendimentos.
Também o desenvolvimento nas actividades culturais, que se tem vindo a verificar ao longo dos anos, conduz ao acréscimo de dificuldades dos agentes culturais o que, associado às dificuldades do sistema de ensino, se traduz na perda de identidade serrana, num retrocesso civilizacional e em relação aos ideais de ABRIL.
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