terça-feira, 19 de junho de 2007

















OS RESUTADOS DO MODELO DE “DESENVOLVIMENTO” QUE TEMOS TIDO

A continuada degradação da situação económica, social e ambiental da Serra da Estrela, em virtude das políticas de direita desenvolvidas pelos sucessivos governos e mais recentemente pela maioria do PSD-CDS-PP e agora pela maioria do PS/José Sócrates, conduziu-nos a resultados gravosos e preocupantes: I) A agricultura continuou a definhar; II) a floresta a perder hectares e hectares e, com eles, o rendimento de milhares de agregados familiares; III) a desindustrialização acentuou-se atirando milhares de trabalhadores, em particular as mulheres e os jovens, para o desemprego a que não escapam nem os licenciados nem os pós-graduados; IV) alastraram os salários em atraso e os salários pagos com atraso.
Neste panorama de depressão, a par da agricultura, os sectores de lanifícios e de confecções foram dos mais atingidos, com várias empresas encerradas ou paralisadas. O sector dos aglomerados de madeira e a cerâmica quase desapareceram. O pequeno comércio foi violentamente atingido resistindo a custo à excessiva implantação de unidades de comércio de média e grande dimensão.
Em consequência da redução do aparelho produtivo aumentou o desemprego e a região – incapaz de criar emprego e de fixar pessoas – envelheceu, desertificou-se e atrasou-se económica e socialmente em relação à Europa, ao País e à Região Centro. Aliás, o contínuo desinvestimento nesta região de montanha tem também agravado as desigualdades entre municípios, pelo que estamos perante um duplo processo de não convergência, isto é, um processo de não convergência inter e intra regional.
Ao nível social e dos serviços básicos tem-se vindo a assistir ao seu empobrecimento. Após a supressão de transportes, com a privatização da Rodoviária Nacional e o encerramento de estações de correios, assistimos agora ao encerramento de unidades de saúde, de escolas, de zonas agrárias, de tribunais, de postos de GNR e de outros serviços. Tudo isto feito a coberto do PRACE e de um ataque despudorado e desumano aos direitos dos trabalhadores em geral e da Administração Pública em particular.
Estas opções, fruto da obsessão do défict e das orientações neoliberais do Governo PS, comportam um retrocesso em muitos casos irreparável, dificultam ainda mais o acesso dos cidadãos aos serviços públicos, diminuem a qualidade de vida das populações e, em última análise, agravam ainda mais a desertificação da região.

Sem comentários: